Para si, é seguramente óbvio que as estruturas de poder mundiais estão a mudar: os Governos estão em convulsão; o sistema financeiro vive em grande imprevisibilidade; a Democracia desperta no mundo árabe; Euro e Dollar combatem numa guerra invisível, que a recente polémica sobre as agências de rating veio avivar.

Em termos astrológicos, há muito tempo que se previa uma revolução deste tipo. Dir-se-ia até que é apenas o ínicio da mudança colectiva de valores necessária no planeta. Afinal de contas, os principais planetas financeiros e de poder – Saturno, Urano e Plutão – atravessam as suas maiores tensões angulares, em Signos Cardinais (Carneiro, Balança e Capricórnio) – signos de grandes impulsos de mudança.

E perguntará você “Afinal, quando é que isto acaba?”.   E a resposta é: não vale a pena preocupar com o fim da incerteza de poderes mundiais, porque estará em curso pelo menos até 2015, com o fim da quadratura entre Urano (indíviduo) e Plutão (poder).

A questão que se coloca é: como pode você, enquanto peça do dominó mundial, servir como catalisador das grandes alterações que o mundo precisa e que o nosso país pede?

Porque se há um novo paradigma a nascer é o do poder da individualidade e da força das redes sociais (Urano), para quebrar com a corrupção, controlo e sistemas obsoletos (Plutão).

Vou dar-lhe um exemplo. Em Dezembro de 2010 um vendedor de fruta tunisino revoltou-se quando pela terceira vez consecutiva uma funcionária camarária lhe confiscou a balança em troca de um imposto “sujo”.

O vendedor – Mohammed Bouazizi – foi manifestar a sua indignação à respectiva instituição e, vendo que não obtinha qualquer atenção, não esteve com meias medidas: encharcou-se de gasolina e ateou a fogueira, numa auto-imolação que o levou à morte.

Este acto isolado teve tal repercussão emocional que desencadeou a total revolução política no povo da Tunísia, por sua vez propagada ao Egipto, à Líbia, etc, em escassos meses, no início de 2011.

Estava latente uma vontade colectiva no mundo árabe que, com a coragem e movimento de apenas uma peça de dominó – o vendedor de fruta  – ganhou o pequeno impulso necessário para a grande revolução. 

A rede social – facebook – teve um peso enorme na mobilização social que fugiu ao controlo das autoridades e permitiu que a mudança se realizasse.

E é este o paradigma moderno: se houver uma vontade colectiva legítima, é fundamental que cada indivíduo se manifeste, com os meios de comunicação ao seu dispor, pois poderá ser o detonador de um movimento global imparável que reponha a justiça.

Por isso, atitudes que alguns portugueses tiveram recentemente, a reclamar o papel duvidoso das agências de rating norte-americanas na economia europeia vieram despertar a reacção europeia em cadeia, tornando evidente que afinal muita coisa está mal, desde há muito tempo, nas regras de jogo financeiras.

As mesmas agências foram co-responsáveis pela crise que começou em 2008, incentivando compra de acções de empresas (como Lehman Brothers) que faliram no dia seguinte, sabendo do seu estado.

Então apenas quando um pequeno país como Portugal levanta o dedo – “isto é mesmo injusto” – havendo inclusivamente um movimento popular concertado de ataque ao website de uma dessas agências – é que os “grandes” líderes europeus começam a acordar da sua letargia política.

Mesmo que anteriormente tivessem acontecido manifestações transnacionais dos “Indignados” com a situação financeira global, ainda não tinha ocorrido uma reacção política à questão óbvia das agências privadas.

Por algum lado a verdade tem que se revelar. Por isso é importante que cada português se manifeste oportunamente sobre o que concorda ou não, na governação do seu país, da União Europeia e do mundo. Mesmo que seja um humilde vendedor de fruta… pode fazer toda a diferença!

É isto que significa o trânsito de Urano em Carneiro.