Neste artigo, pretendemos estudar a seguinte pergunta à luz da Astrologia Horária: “Portugal será o vencedor do campeonato europeu de futebol – Euro 2016?“. Através desta análise, pretende-se aprender mais sobre esta disciplina milenar aplicada ao desporto mais mediático que existe.

Em artigos anteriores, temos vindo a aplicar a Astrologia aos diversos fenómenos sociais, desde a política à saúde pública. O futebol tem uma função digna, apesar da corrupção a que está sujeito, que é a de fomentar a celebração da paz entre os povos, sublimando os seus instintos de guerra.  Por isso, vale a pena continuar a explorar este campo de estudo,  seguindo a experiência do astrólogo John Frawley.

Nesta matéria, o nosso nível de análises corretas tem sido cada vez maior, atendendo à aprendizagem. Mas isto não implica, de forma alguma, infalibilidade de diagnóstico nem o pressuposto do predeterminismo absoluto. O futuro está em movimento e pode ser alterado pelos intervenientes que dele tenham consciência.

Existindo vários prismas para se estudar este tema do ponto de vista astrológico, neste artigo, usamos o método que consideramos mais eficaz: a Astrologia Horária.

 A QUESTÃO

A questão foi colocada pelo astrólogo no dia 11 de Março de 2016, às 10h43, em Lisboa: “A seleção do meu país – Portugal – pela qual estou a torcer, irá ganhar o Euro 2016?”

PORTUGAL-EURO-2016

Em Astrologia Horária, o maior desafio é o da escolha dos significadores certos. Ou seja, saber o que cada astro representa. Para uma resposta positiva esperaríamos um ângulo aplicativo do(s) significador(es) de Portugal ao(s) significador(es) do sucesso, consoante certas regras, ou a sua aplicação por conjunção ao Meio-do-Céu.

Considero serem estes os significadores mais apropriados:

Mercúrio é o representante de Portugal porque:

– é o planeta regente de Gémeos, signo Ascendente, associado ao Eu e “minha equipa favorita”;

– está em Peixes, signo do mar e que é tradicionalmente associado a Portugal;

– está conjunto a Neptuno o que reforça a simbologia marítima do significador;

– está a 10º16 de Peixes – o grau 11 – apropriado para um país com quase 11 milhões de habitantes, que fez 11 golos na fase de qualificação, com uma equipa de 11 jogadores e com um jogador-estrela CR7 que acabou de ganhar a 11ª taça de Campeão Europeu do seu clube;

– o Ascendente está também a 11º45′ de Gémeos – o grau 12 – adequado a uma seleção que teve o seu momento mais alto nesta competição na 12º edição do campeonato da Europa, como anfitrião e finalista em 2004.

Este significador está mal colocado, por um lado, devido:

– à situação de exílio e queda de Mercúrio que pode denotar desgaste ou lesões dos jogadores mais importantes, bem como alguma irracionalidade de comportamento;

– à quadratura aplicativa a Saturno em Sagitário, um normal significador de frustração;

– e à proximidade ao Sol, estando sob os seus raios, o que indica poder estar na sombra dos favoritos .

Está bem colocado, por outro lado, porque:

– está na Casa 10, o que sugere muita motivação para o sucesso e sorte, em especial, com a colocação num grupo fácil;

– está oriental ao Sol (antes dele) e, portanto, querendo estar à frente dos favoritos;

– está em movimento rápido (velocidade diária de 1º45′), o que pode indicar que Portugal tem jogadores rápidos e velocidade técnica.

 Saturno será o primeiro candidato a representante do êxito no Euro 2016 porque:

– é o regente da Casas 10 – troféu – e da Casa 9 – estrangeiro.

– está em Sagitário, signo adequado a um evento internacional onde se pretende fair-play.

– está a 16º14 o que tem ressonância com o facto de ser Euro 20 16

– representa um troféu que sempre foi ingrato e difícil para os portugueses (nunca ganharam)

– representa um evento que requer grande estrutura, dinheiro e organização, bem como cuidados de segurança.

 Em relação aos restantes astros, a atribuição não é muito clara. Contudo diríamos que a Lua poderá ser um co-significador de Portugal porque:

– é sempre um co-significador do consulente e da equipa por quem torce

– está em Carneiro/ Áries a 24º25′ o que faz algum sentido como ânsia por uma competição com 24 seleções pela primeira vez e para uma equipa de trabalho com 24 figuras mais visíveis, 23 jogadores mais um treinador principal.

– está na Casa 11 dos grupos e equipas.

– é o regente da Casa 2, associada aos apoiantes da seleção – o povo.

Porém, existem alguns argumentos também a favor da Lua representar o próprio troféu: porque este é de prata (Lua); e associado a uma competição com 24 equipas.

Em relação aos outros significadores o mais importante descodificar seria Vénus, porque está na Casa 10, do êxito e é para onde a Lua se dirige por aspeto.

Vénus poderá representar, em sentido lato, o conjunto dos países da União Europeia e o ideal de comunidade que se pretende porque está a 28º46′ (28 países, quase 29 na UE) e no signo de Aquário. Em sentido restrito, pode indicar um prémio secundário, porque é regente do bronze e está numa casa de êxito.

Os astros Marte, Júpiter e o Sol não parecem interferir com o resultado final da análise já que nenhum dos significadores principais se dirige para eles. Ainda assim Júpiter representará, genericamente, os adversários de Portugal porque é o regente da Casa 7. O Sol poderá governar a alegria do povo português e celebrações no seu território, por ser o regente da Casa 4. Marte poderá representar as ameaças terroristas ao evento, a agressividade do mesmo ou adversidades como lesões.

O DIAGNÓSTICO

Para o diagnóstico final é fundamental saber quais os aspetos aplicativos, ou seja, para onde os planetas se dirigem e qual o primeiro ângulo que formam.

Num olhar mais descuidado, o mapa parece favorável porque:

– Mercúrio, significador de Portugal, dirige-se por aspeto aplicativo (em 6 graus) a Saturno, o governante do sucesso;

-a Lua, co-significadora do país, avança para um ângulo harmonioso (a 4 graus e 22 minutos) com Vénus, planeta benéfico, na casa do êxito.

Porém, há condicionantes que anulam um diagnóstico de sucesso final:

– o aspeto aplicativo que Mercúrio forma com Saturno é uma quadratura, que significa muita dificuldade e esforço;

– Saturno está no exílio de Mercúrio, Sagitário, e na casa dos adversários, a Casa 7.

– Saturno também governa a Casa 8, da morte/ derrota/ eliminação de Portugal.

Seguindo a metodologia horária tradicional, como passada por inúmeros sábios do passado, o indicador aponta mais no sentido de Portugal não vencer o Euro 2016.

O argumento da quadratura aplicativa a um astro duro como Saturno no exílio de Mercúrio, com uma recepção apenas por termo, é bastante frustrante. As arbitragens, regidas por Saturno, poderão tendencialmente ser também mais desfavoráveis a Portugal.

Contudo, nem tudo será negativo, parece-me. O facto de Saturno governar a Casa 10 bem como o aspeto aplicativo da Lua a Vénus sugerem um sucesso moderado. Quão moderado não é um objetivo desta pergunta e, por isso, é difícil perceber com este mapa horário: se a chegada a uma final ou bem menos.

O número de graus entre os planetas, quando convertidos em tempo ou em jogos, poderão dar algumas indicações:

– Os graus – 4º22′ – da Lua a Vénus poderão sugerir sucesso durante 4 a 5 jogos na competição ou 4 meses e 11 dias a partir da data da pergunta (11 de Março)

-os graus – 6º – de aplicação de Mercúrio a Saturno sugerem frustração na 6ª a 5ª unidade de tempo ou no 6º a 5º jogo de competição oficial.

Assim sendo, embora de pouca fiabilidade porque não era o objetivo central da pergunta, estes argumentos sugerem Portugal poder chegar até ao 5º ou 6º jogo, ou seja, quartos-de-final ou meia-final.

Destes, o mais razoável seria o patamar dos quartos-de-final (atendendo ao caráter maléfico de Saturno, à rapidez de movimento da Lua e de Mercúrio e ao facto de termos a Lua no exílio de Vénus).

De todo o modo, este último argumento está dependente da correta atribuição dos significadores. Em especial, a Lua que também poderia representar a própria taça.

A CONCLUSÃO

Em suma, a resposta à pergunta principal e objetivo da questão “Portugal ganha o Euro 2016?”, segundo este método é mais no sentido do NÃO.

Decisões de arbitragem pouco favoráveis, emoção excessiva, lesões ou cansaço poderão estar na origem deste resultado, para além da mais-valia dos adversários. As maiores virtudes do grupo poderão ser a solidariedade, espírito de sacrifício, fé, criatividade de jogo, velocidade técnica e ambição.

Ainda assim, com os astros não soprando a favor, na nossa opinião, desejamos que façam bons jogos e que alcancem o impossível. O destino é negociável e a consciência do futuro mais provável pode ajudar a alterá-lo.

Em próximos exercícios, poderemos detalhar melhor o percurso da seleção portuguesa e tentar identificar qual o país  mais provável vencedor do Euro 2016.

Nota: Reforçamos novamente que o objetivo final deste exercício é a aprendizagem. Com exemplos concretos, pode aprender-se muito mais sobre a simbologia astrológica.

Lisboa, 5 de Junho de 2016 (5 dias antes do começo da competição)

João Medeiros

….

Comentário após o fim do Europeu:

Felizmente, para nós portugueses, Portugal acabou por vencer o Europeu, ainda que com um único jogo ganho em 90 minutos e sem Ronaldo, lesionado na final. Portanto, em termos absolutos, a nossa análise errou o diagnóstico que deveria, pelo menos, ter indicado a hipótese de chegada à final com este mapa.

Contudo, seguimos as principais regras dos astrólogos tradicionais como Frawley, Lilly, Bonatti ou Bárbara Dunn. Segundo eles, é muito raro que uma quadratura do significador a Saturno, estando este no exílio do significador, possa representar sucesso final.

Na realidade, havendo argumentos contraditórios (Lua em aspeto fluido a Vénus na Casa 10 e Mercúrio na Casa 10 aplicando-se ao seu regente – versus – Mercúrio a aplicar-se à quadratura a Saturno, também regente da 8 e repulsando-o) – o nosso diagnóstico deveria ter sido o que muitos astrólogos tradicionais recomendariam: “quando há bastante equilíbrio entre as duas hipóteses de resposta, não é possível dar um parecer definitivo; as duas hipóteses são possíveis)”.

O que, na prática, significa o seguinte: por mais radical que fosse o mapa horário, não era possível dar um diagnóstico absoluto, neste caso, quando havia argumentos fortes nos dois sentidos. Ou seja, a vitória seria possível ainda que não garantida, dependendo da força de vontade e esforço (a quadratura) bem como da fé (uma vez que Mercúrio fazia conjunção a Neptuno, um astro associado à espiritualidade, e que era desconhecido dos astrólogos antigos).

Com este exercício (e com o artigo sobre o vencedor do Euro 2016), chegámos à conclusão que, também na Astrologia Horária, tem que ser revisto o papel das quadraturas / oposições e dos planetas transpessoais. Devemos ser menos radicais que os antigos nos seus veredictos, assinalando em que casos o livre-arbítrio e força de vontade podem ter mais margem para fazer a diferença.

É interessante perceber também como, neste mapa, estava igualmente implícita a imensa dificuldade de diagnóstico correto pelo astrólogo. Ele estava também representado por Mercúrio (regente da 1) e o regente da Casa 9 – a profecia – que era Saturno, estava numa quadratura com ele. Ou seja, o mapa também sugeria, numa dimensão paralela (signos duplos presentes) o grande risco de falha do astrólogo.

De todo o modo, o objetivo principal foi atingido: aprender mais de Astrologia Horária, com exemplos concretos. Neste site, deixamos publicados exercícios com diagnósticos incorretos (com respetiva lição) e também diagnósticos desportivos que foram corretos, com meses de antecedência. Em baixo, seguem alguns dos últimos.

Obrigado e viva Portugal, Campeão da Crença!

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