Neste artigo, estudamos uma pergunta horária para identificar o mais provável vencedor do Euro 2016, campeonato europeu de futebol. Este formato de questão é o mais complexo, mas também o mais pedagógico e divertido, porque nos obriga a ter o contexto de toda a competição. Por essa razão, vale a pena testar o potencial desta metodologia tradicional aplicada ao desporto mais popular do mundo moderno.

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O OBJETIVO

Em ocasiões anteriores (*), explorámos este método que é desaconselhado pelo especialista John Frawley, atendendo à imensa dificuldade de identificação dos significadores. Num mapa horário com 7 planetas tradicionais e 3 planetas modernos (descartados pelas fontes mais tradicionais), como poderemos identificar uma de 24 equipas, possível vencedora de um evento desportivo?

teams-euro2016

Provámos anteriormente que, embora difícil, pelo conhecimento histórico da competição e do tipo de equipas poderemos chegar a um diagnóstico correto sobre as diversas equipas mais fielmente representadas por cada planeta e qual será o que representará mais adequadamente a equipa vencedora do troféu.

A graça da abordagem horária, ao contrário de outras disciplinas, é que não está dependente da intuição do intérprete mas do seguimento de certas deduções que poderão ser compreendidas  por quem as lê, e estudadas por quem se interessa pela área.

É no sentido didático e lúdico que avançamos com a interpretação não assumindo garantias da exatidão do resultado final, mas encarando-a como uma experiência que nos permitirá aprender mais.

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O CONTEXTO:

O Euro 2016 corresponde à 15ª edição deste torneio realizado de 4 em 4 anos desde 1960. O seu logotipo (desenhado por uma empresa portuguesa) representa a grande taça de prata, rodeado pelas cores da bandeira de França, que recebe o evento pela 3ª vez.

logo_euro_2016

Eis os dados mais relevantes das anteriores edições:

TABELA-EURO2016

 Vemos nesta tabela, por exemplo, que Espanha ganhou na penúltima edição (13ª) e na última edição (14ª) mas já tinha ganho em 1964 na única edição na qual foi a nação anfitriã.

Na próxima tabela, os países presentes na 15ª edição estão ordenados consoante o ranking de favoritismo da maioria das casas de apostas em 6 de Junho de 1016, cerca de 4 dias antes do início do evento. Vemos na mesma tabela, por exemplo, que a seleção da casa – a França – é a favorita dos especialistas. Também por já ter vencido a competição por duas vezes, em 1984 e no ano 2000. A seguir vem a Alemanha e depois a Espanha. Portugal está no 7º lugar, enquanto favorito à vitória final, logo a seguir à Itália.

tabela-euro2016-passado

A Albânia será a candidata menos provável a uma vitória final. A Irlanda do Norte a penúltima menos provável.

Os outros dados da tabela anterior dizem respeito à forma como se qualificaram para a competição, quantas vezes já participaram em edições anteriores e quantas vezes foram finalistas.

Resta dizer que em edições anteriores realizadas com Júpiter em Virgem (1980, 1992 e 2004), tal como acontece em 2016,  os anfitriões nunca venceram. Para além disso, nas duas últimas edições deste trânsito venceram os candidatos mais improváveis (Dinamarca e Grécia) desafiando todas as expectativas iniciais.

Atendendo à natureza imprevisível do futebol, a este facto (Júpiter em Virgem) que aponta para melhor desempenho de outsiders (e que estão astrologicamente exilados) e pelo facto de ser a primeira edição com 7 jogos para a final, e com 24 equipas o nosso exercício é de uma dificuldade extrema. Como será possível identificar candidatos inesperados, não favoritos e que nunca venceram? Esta poderá ser a realidade do evento.

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O MÉTODO

Vários métodos astrológicos são plausíveis para se abordar este tema. Por exemplo, conhecendo os mapas astrológicos dos países participantes, das suas federações, dos treinadores principais ou jogadores mais influentes.  Contudo, estes métodos são mais fastidiosos e ineficazes, atendendo à pouca fiabilidade das respetivas horas de nascimento.

Assim, a abordagem horária – o mapa astrológico do momento em que a pergunta vem à mente do astrólogo – é a preferencial. Este é, aliás, o ramo mais antigo da Astrologia, atendendo à indisponibilidade das horas de nascimento das pessoas nas eras passadas.

Poderemos colocar uma pergunta sobre uma seleção em específico “A seleção X vai ganhar o Euro 2016?“, como fizemos para Portugal, ou colocar a pergunta mais genérica “Qual dos países ganhará o Euro 2016?“.

asking-right-question

Este último formato é o mais complexo, como dissemos, uma vez que é difícil fazer a identificação entre país e planeta, mas o mais divertido. Na prática, temos que validar a radicalidade do mapa (perceber quão bem retrata o contexto questionado), encontrar o planeta representante da taça/ troféu, o planeta para o qual se dirige por aspeto e perceber qual das seleções poderá representar esse planeta.

Caso não consigamos identificar qual é esse país, mas conseguirmos identificar bem os outros planetas (para o qual a taça não se dirige) poderemos eliminar hipóteses, entre os 24, como alguns dos grandes favoritos.

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A PERGUNTA:

A questão foi colocada no dia 27 de Maio de 2016, às 18h26, perto de Alcobaça, em Portugal.

EURO2016-HORARIA

A primeira escolha tem a ver com a identificação do troféu. O primeiro candidato seria o regente da Casa 10 (sucesso/ troféu) que abre em Leão. Ou seja, o Sol, astro que ainda por cima está associado à glória. Contudo, após estudo do tema cheguei à conclusão que o resto do mapa não permitia uma correta colagem ao contexto questionado, em termos da métrica (graus dos planetas).

O Sol pode representar secundariamente o sucesso e o prestígio do evento. Os vencedores ganham medalhas de ouro – regidos pelo Sol – mas o grande prémio é representado pela Taça.

O candidato que penso representar o troféu mais corretamente é a Lua, porque:

– rege a prata brilhante, metal do qual é feita a Taça deste torneio, que tem 8 kg e mede 60 cm;

– rege universalmente os contentores e, particularmente, de líquidos (as taças);

– está a 14º38′, que corresponde ao grau 15º grau do signo de Aquário, adequado a um torneio que vai na 15ª edição (este é o último argumento que o radicaliza como significador do troféu).

euro2016-cup4

 A Lua está no Fundo-do-Céu, num signo fixo de Ar. Esta colocação pode sugerir várias circunstâncias relevantes do torneio como: jogos longos (com prolongamento); decisões de bolas fixas / paradas; ou com golos pelo ar (de cabeça ou em vólei). Pode também sinalizar aversão aos favoritos pois está no exílio do Sol (os tradicionais favoritos) e preferência por equipas de baixa expectativa (está no ponto mais baixo do mapa).

A posição no Fundo-do-Céu, associado aos “fins/enterros” também é adequada a uma competição que termina o seu formato de sede apenas num país nesta edição. O signo de Aquário também faz sentido para um evento que pela primeira vez introduz tecnologias na arbitragem e que pela primeira vez tem 7 rondas, tornando-a a mais longa de sempre (signo fixo).

Dado que a Lua rege a prata os seus movimentos poderão representar também um finalista, porque ganhará, no mínimo, medalhas de prata.

Vejamos quais podem ser os outros significadores.

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O Sol poderá representar mais concretamente a França, porque:

– Rege tradicionalmente o principal favorito e/ou centro geográfico onde se realiza o espetáculo (como vimos no caso da Copa América) – o que neste caso coincide: é o principal favorito e o anfitrião.

– Está no 7º grau (6º50 de Gémeos que é o sétimo do signo), o que é apropriado para um país que venceu pela primeira vez na 7ª edição do torneio, em 1984, quando também foi anfitrião;

– O grau 7 também é adequado para um torneio com 7 jogos até à final (pela primeira vez), caso uma equipa siga até ao fim;

– Está na parte de cima do mapa o que reforça ser um dos principais candidatos;

– Está no signo de Gémeos (duplo) o que é indicado para um país que organizou por duas vezes, foi a duas finais e venceu por duas vezes.

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Gerd Muller

Vénus poderá representar a Alemanha porque:

– está a 4º04´ de Gémeos o que é apropriado para um país que ganhou o seu primeiro troféu na 4ª edição deste torneio;

– é o Tetracampeão do mundo (e vencedor da última grande competição internacional);

– está ligeiramente abaixo do Sol, o que significa estar ligeiramente abaixo do favorito principal (é o 2º favorito, antes de começar a competição);

– não ganha nas últimas 4 edições desta prova (está desde há 4 unidades fora do seu domicílio Touro), mas ganhou na 5ª antes.

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Júpiter poderá representar a Espanha porque:

– está a 13º45′ de Virgem, que é o seu grau 14, o que faz sentido para uma seleção que venceu a 14ª edição;

– é o mais alto do mapa, ainda na Casa 10, o que sugere ser um principal favorito e provável detentor do troféu;

– está num signo bicorpóreo (duplo) o que também indica ter repetido o título por duas vezes seguidas;

– é um planeta vitorioso, o rei do Olimpo, o que também reforça a possibilidade de ser o atual rei ou um dos 3 principais favoritos;

– está num signo do sul (Terra, e ligeiramente Oeste – Virgem) e numa casa de sul, o que aponta para ser um favorito mais a sul e a oeste;

– também venceu há 13 a 14 edições atrás.

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Saturno poderá representar a Itália porque:

-está também a 13º36´, equivalente à edição 14, o que aponta para ter sido dominante na 14ª edição, mas sob a tensão de Júpiter (o vencedor, Espanha) e ao seu serviço, porque em Sagitário – foi o finalista vencido (exilado);

– foi o último astro a formar aspeto com a Lua o que sugere ter tido prestígio na última final (a Lua também está associada às medalhas de prata; foi o vice-campeão);

– está abaixo da linha do horizonte o que sugere estar abaixo da linha dos quatro principais candidatos (os astros Júpiter, Sol, Vénus e Mercúrio) – nas apostas é o 6º favorito apenas – e é o 6º planeta clássico mais alto;

– está retrógrado, num signo bicorpóreo e é um astro associado a derrotas/ frustração o que aponta para ter já perdido duas finais;

-está localizado mais a leste e num signo de leste (Sagitário – Fogo, embora ligeiramente sul) o que sugere ser o país geograficamente mais a leste dos principais favoritos.

– está num signo duplo o que também é adequado para uma equipa que foi anfitriã duas vezes.

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Marte poderá representar a Rússia porque:

-foi o primeiro astro que a Lua aspetou, por sextil, a 0º19′ quando entrou em Aquário, o que sugere ter sido o vencedor da edição número 1 da prova;

– está localizado a este (Casa 1) mas num signo de Norte (Água) o que aponta  mais para ser um país num extremo (leste, mas mais a norte), de forte dimensão e passado na prova (está retrógrado) – já foi finalista 4 vezes (enquanto URSS);

– a última vez que foi finalista foi há 28 anos (número mais próximo do grau 29º59′ onde está posicionado);

– foi aspetado pela última vez por Vénus (Alemanha) oposta o que aponta para a sua vitória (Alemanha) na 4ª edição ter sido contra este candidato (URSS);

Assim, a Lua ao ingressar em Aquário (início desta competição) aspetou os seguintes candidatos: URSS/ Marte (grau 1 – edição 1); Alemanha/ Vénus (grau 3/4 – edição 4); França/ Sol (grau 7 – edição 7); Espanha/ Júpiter e Itália (grau 14- edição 14).

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Neptuno será o regente de Portugal, porque:

– está a 11º57′ de Peixes – o grau 12 – o que é indicado para um candidato que obteve a sua melhor classificação (vice-campeão) na 12ª edição da prova, da qual foi o anfitrião, pela única vez;

– essa mesma prova aconteceu há precisamente 12 anos (em 2004).

– é um astro marítimo, espiritual e domiciliado o que se adequa a representar um país marítimo e religioso;

– o último aspeto (além da Lua) que Neptuno formou foi com Vénus (Alemanha), no grau 10º17′ a que corresponde a 11ª edição, na qual Portugal dominou este país vencendo-o por 3-0 e eliminando-o na fase de grupos (Neptuno domiciliado);

– é um planeta transpessoal, o que sugere estar fora do sistema dos tradicionais e mais fortes candidatos;

– está numa casa angular, o que aponta para ser o mais forte dos candidatos fora do grupo dos seis principais favoritos e que até poderá fazer uma boa performance.

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Mercúrio rege provavelmente a Inglaterra e/ou a Bélgica porque:

– está pouco atrás do Sol (França) e de Vénus (Alemanha) e é um dos planetas tradicionais, estando numa posição angular e forte sendo um candidato dentro do sistema dos favoritos à partida, embora não numa posição cimeira. Por estar mais a norte e oeste, há uma possibilidade de estar a noroeste destes países.

-é o 4º planeta mais elevado o que sugere representar o 4º favorito nas apostas. Antes do torneio começar, Inglaterra era o 4º mas muito equiparado à Bélgica, na 5ª posição.

– Está a 15º20′, o grau 16, portanto, podendo ter uma relação com a 16ª edição. Está em signo fixo e em velocidade estacionária o que pode indicar ser a base da realização (estádio) do Euro 2020. Esta edição será a primeira pan-europeia, com realização da prova em vários países, por razões económicas (Touro). A final e meias-finais serão realizadas em Londres onde, portanto, a Inglaterra terá destaque. Em Bruxelas, na Bélgica, terá lugar um dos oitavos de final.

euro2020-hosts

– O último aspeto que Mercúrio formou foi uma conjunção a 16º58′ de Touro com Vénus (Alemanha) servindo-a, uma vez que este é o seu domicílio. Nas edições que ambos estes países organizaram sozinhos, Inglaterra em 1996 (10ª edição) e Bélgica em 1972 (4ª edição) ganhou a Alemanha.

Assim, teoricamente, este planeta poderia representar qualquer das duas seleções ou mesmo ambas.

Porém, para sermos fiel ao exercício eu diria que a Inglaterra tem mais chances de ser Mercúrio por ter mais força em todos os critérios anteriores.

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AS SURPRESAS

Será que um dos outsiders, de baixo favoritismo pode vencer a competição? Como estarão representados?

outsider

Urano poderia ser o regente da Croácia porque: representa um país relativamente novo (mas descendente de um país com tradição na prova – Jugoslávia – e que foi um primeiro finalista – Carneiro); formou o último aspeto entre 1 a 2 graus atrás com Vénus, o que sugere ter derrotado a Alemanha (no seu exílio), há 1 ou 2 edições atrás.

Contudo, o mais natural é que Urano represente qualquer outsider muito surpreendente (estando a 23 graus e atendendo a que a Dinamarca venceu há 24 anos atrás, na edição mais imprevisível de sempre da prova).

A posição de Plutão é irrelevante para a delineação final, sendo representante de outros países de pouco estatuto (atendendo à cadência do mesmo e ao facto de não formar aspetos relevantes).

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LUA – a Taça

Finalmente, podemos dizer que é a posição da Lua e também seu primeiro aspeto aplicativo que nos poderá dar pistas ou apontar o vencedor da edição 15, ou os possíveis finalistas. Os aspetos aplicativos do Sol poderão dar outras dicas, uma vez que rege a Casa 10 (sucesso em geral) e também está associado às medalhas de ouro que os vencedores vão receber.

LUA-mapa-euro2016

A sua posição é contraditória. De todos os favoritos identificados até agora o mais forte poderá ser, ainda assim, Saturno-Itália, uma vez que a Lua está em Aquário, o seu domicílio, o que pode indicar que poderá repetir a final.

A aplicação do Sol a este astro, por oposição e em triplicidades mútuas, e sendo o primeiro ângulo tradicional que forma também aponta esta hipótese.

Mas a posição no Fundo-do-Céu também aponta para um vencedor de expectativas baixas, estatuto inferior ou do passado remoto. Ficamos assim, na dúvida.

O vencedor, como dissemos, é dado pelo astro para onde a Lua se dirige por aspeto fluido (caso houvesse um planeta sobre o Meio-do-Céu, seria esse também o indicado). Alternativamente, por aspeto fluido do Sol.

Porém, nem um nem outro formam aspetos aplicativos fluidos, como primeiros movimentos ou sendo muito bem recebidos.

A Lua dirige-se por quadratura a Mercúrio-Inglaterra (ou Bélgica), a 15º20′ de Touro, perfazendo o aspeto a menos de um grau. A quadratura em Astrologia Horária aponta mais para frustração de ligação do que para sucesso. Contudo, neste caso, há outros indicadores que reforçam o argumento de sucesso ou de possível chegada à final deste astro:

– Mercúrio está na exaltação da Lua, trazendo muito mais suavidade, vontade e harmonia à tensão;

– a Lua está num signo de triplicidade de Mercúrio (Elemento Ar) e decanato/ face deste planeta o que também ajuda à simpatia da recepção entre os dois planetas;

– Mercúrio é, além da Lua, o planeta mais angular – o que é indicado para um seleção que atinge grande visibilidade;

– Mercúrio é o dispositor de Júpiter (Espanha), Sol (França) e Vénus (Alemanha) o que acrescenta força a este astro.

– o grau sombra de Mercúrio (o chamado ponto Antíscia) está a 14º40′ de Leão, sobre o Meio-do-Céu (troféu), sendo o primeiro ponto de todos que a Lua aspeta.

A quadratura entre signos fixos sugere que as vitórias desta seleção (Mercúrio) poderão ser muito difíceis, em jogos longos (prolongamento) e também com a marcação de grandes penalidades.

Mercurio-Euro2016

Assim, na minha opinião, Mercúrio que é Inglaterra ou Bélgica pode representar perfeitamente um dos finalistas do Euro 2016, segundo este método, ou mesmo possível vencedor.

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A CONCLUSÃO

Recordando que este artigo está a ser escrito e irá ser publicado antes do começar o torneio, sem se conhecer o jogo de qualquer das equipas estas são as nossas conclusões:

Não é possível, em absoluto, chegar a um veredicto final peremptório, apenas com este mapa horário, na minha opinião. São (e foram) necessárias outras perguntas auxiliares para validar que estávamos no caminho correto de interpretação. E mesmo assim, com muitas incógnitas.

Também é natural que o resultado final ainda não esteja totalmente decidido, lá “nos céus” nesta altura e que haja uma margem de incerteza incontornável. A ambiguidade dos aspetos (tensões) demonstra que ainda há escolhas a fazer pelos intervenientes, e uma margem de livre-arbítrio presente (em nossa opinião).

A Lua em Aquário aponta para golos decisivos marcados de bola parada ou de cabeça. Os eixos fixos também sugerem prolongamentos e jogos muito empatados, decididos no limite, sem um claro vencedor.

A posição da Lua baixa e colocada entre transpessoais (Plutão e Neptuno), a sua disposição na era moderna por Urano, bem como este ser o primeiro astro que o Sol aspeta (ainda que por semi-quadratura) alerta para as possibilidades de uma grande surpresa, pelo menos nos 4 primeiros lugares.

As maiores hipóteses, segundo este método que é complexo e falível pela ambição da pergunta, apontam para que as seleções da Itália, Inglaterra ou um possível país-surpresa possam atingir a final ou vencê-la.

A posição da Bélgica também não está clara e poderá estar incluída neste lote, uma vez que também é representada por Mercúrio, significador de um possível finalista.

Quanto a Portugal, o facto de Neptuno ser o primeiro astro que a Lua apanha por conjunção (após uma série de outros aspetos e de sair de signo), bem como o Sol formar quadratura aplicativa com o mesmo é promissor para futuras edições e prestígio nesta edição presente, mas não sugere o sucesso final dos lusos.

Ainda assim, com toda esta margem de imprevisibilidade parece-me legítimo apontar para um cenário mais provável de uma final Itália-Inglaterra, com ligeira vantagem dos latinos, nem que seja em grandes penalidades. Qualquer destes países tem chances de chegar à final, segundo esta abordagem.

O facto de termos um Mercúrio poente e muito lento  é um argumento ligeiramente menos favorável para a Inglaterra, caso chegue à final. Mas a aplicação da Lua e o facto de dispor do Sol, são argumentos fortes a seu favor.

Ou seja, uma abordagem estritamente clássica e tradicional (excluindo os planetas transpessoais) apontaria mais neste último sentido, de vitória de uma destas duas seleções – Inglaterra ou Itália – mas um pouco mais inclinada para a última.

Os argumentos a favor de boa prestação (inesperada) da seleção italiana são a oposição aplicativa com o Sol (regente da 10, sucesso), em signos de mútua triplicidade, e quando Saturno tem mais luz; bem como o facto de ser o regente tradicional de Aquário, onde está a Lua (taça).

Admitimos que, nas conclusões finais, a análise pode estar equivocada, devido à exigência da mesma. Por isso, a encaramos como um exercício de treino. A escolha dos significadores é difícil e pode não estar certa.

Winners-Euro2016

Mas pelo menos arriscamos, porque achamos interessante e lúdica a criação de uma cultura astro-futebolística, atendendo à dimensão popular deste fenómeno desportivo.

No final da prova, voltaremos a este artigo para corrigir o que for necessário e perceber qual a maior aprendizagem.

Que ganhe o melhor.

Lisboa, 9 Junho 2016 (um dia antes do começo do europeu)

João Medeiros

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Comentário após acabar o Euro 2016:

Felizmente, Portugal ganhou, ainda que em condições muito difíceis e quase milagrosas. Como referimos, com este mapa horário, era impossível chegar a um diagnóstico absoluto, atendendo a ter sido feito antes do campeonato começar e devido à elevada quantidade de equipas, numa contexto que, por definição, tem um coeficiente aleatório: é um jogo.

A natureza dos aspetos aplicativos do Sol e da Lua – quadraturas e oposições – sugeria que várias equipas podiam ter chegado ao triunfo final, dependendo do seu grau de empenho e esforço.

A nossa análise esteve correta sobretudo na indicação da probabilidade de vitória de uma equipa surpresa, não favorita, e que nunca tinha ganho antes. Tal como aconteceu nas duas últimas vezes que Júpiter atravessou o seu exílio (com vitórias de Dinamarca e Grécia).

Eis o que consideramos agora ser a interpretação correta do mapa horário:

  • o Sol, representava não só a França como também o facto de ser o principal candidato à vitória final , por ser o regente da Casa 10 e do ouro. Ou seja, pelo facto de termos o mesmo astro a representar as duas variáveis (França e vitória final) – deveríamos ter interpretado como a França o principal favorito, confirmando a mesma coisa que diziam as casas de apostas.
  • O favoritismo da França seria desafiado pelas seleções que lhe poderiam fazer frente e que, por isso, também poderiam ganhar a final. Estas seleções são as que formam aspetos aplicativos com o Sol (por acaso, tensos): Portugal (Neptuno) ou Itália (Saturno). Como Portugal está primeiro (por aspeto), angular e domiciliado poderia ser o principal candidato a vencer a França, mesmo que num contexto de dificuldade extrema (a quadratura).
  • Quanto às hipóteses de finalistas, provavelmente, a Lua seria o outro indicador, podendo ela também representar outra qualquer seleção a chegar à final, por exemplo, a meio da tabela de favoritismo (o País de Gales estava no 14º lugar, e a Lua a 14º38)
  • Contudo, teria mais lógica, segundo este exercício, que fossem as seleções Mercúrio – Inglaterra ou Bélgica – a chegarem à final. Porém, só mediante grande resiliência, concentração e força de vontade (quadratura), algo que não tiveram, desperdiçando esta oportunidade.

Assim sendo, com este mapa só poderíamos chegar a um conjunto de probabilidades percebendo, por exemplo, duas das seleções favoritas – Alemanha e Espanha – teriam muito menos chances do que as expectativas gerais indicavam.

É curioso constatar também como o mapa representou eventos extra-desportivos. A Rússia, representada por Marte retrógrado em Escorpião na 1, quase foi expulsa devido à agressividade deliberada dos seus adeptos. A Inglaterra, por sua vez, foi o país mais falado (Mercúrio) devido à votação (Lua) do Brexit. Assim sendo, ganhou em termos de quantidade de notícias durante o Euro 2016.

Quanto a Portugal, ensinou-nos coisas muito importantes em Astrologia Horária: Neptuno pode funcionar nos mapas horários, sobretudo quando está tão forte (angular e num signo da sua natureza), e mesmo que seja em quadratura (sempre com resultados no limite e jogos muitos empatados).

Obrigado e viva Portugal! JM

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– O Campeão Português 2015

– O Campeão Português 2016

Consulta de Astrologia Horária:

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Bibliografia Principal

As Considerações de Bonatus – Guido Bonatus – séc. XIII (ed. Biblioteca Sadalsuud)

Brady’s Book of Fixed Stars – Bernadette Brady – séc. XXI (2011)

Carmen Astrologicum – Dorotheus de Sidon – séc. II (ed. Biblioteca Sadalsuud)

Christian Astrology – William Lilly  – séc. XVII (ed. Biblioteca Sadalsuud)

Horary Astrology Reexamined – Barbara Dunn – séc. XXI (2009)

Horary Astrology: Plain and Simple- Anthony Louis –  séc. XXI (2002)

Horary Astrology – The Art of Astrological Divination – Derek Appleby séc. XXI (2005)

Sports Astrology – John Frawley – séc. XXI (2007)

The Horary Textbook: Revised Edition – John Frawley – séc. XXI (2014)

The Moment of Astrology – Geoffrey Cornelius – séc. XXI (2004)

The Fixed Stars and Constellations – Vivian Robson – séc. XX (1923)

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Outros tipos de artigos:

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